Entre título/corpo

01/05/2013

Autora de maio



Ilse Losa

Ilse Lieblich Losa, escritora de origem judaica, nasceu a 20 de março de 1913 e faleceu no Porto, a 6 de janeiro de 2006.
Nascida na Alemanha, frequentou o liceu em Osnabrück e Hildesheim e mais tarde um instituto comercial em Hannover. Ameaçada pela Gestapo de ser enviada para um campo de concentração devido à sua origem judaica, abandonou o seu país natal em 1930. Deslocou-se primeiro para Inglaterra, onde teve os primeiros contactos com escolas infantis e com os problemas das crianças.
Chegou a Portugal em 1934, tendo-se fixado na cidade do Porto, onde casou com o arquiteto Arménio Taveira Losa, tendo adquirido a nacionalidade portuguesa. 
Em 1943, publicou o seu primeiro livro O Mundo Em Que Vivi e desde essa altura, dedicou a sua vida à tradução e à literatura infanto-juvenil, tendo sido galardoada em 1984 com o Grande Prémio Gulbenkian para o conjunto da sua obra dirigida às crianças. Em 1998 recebeu o Grande Prémio de Crónica, da APE (Associação Portuguesa de Escritores) devido à sua obra À Flor do Tempo. 
Colaborou em diversos jornais e revistas, alemães e portugueses, está representada em várias antologias de autores portugueses, tendo colaborado na sua organização, e traduziu antologias de obras portuguesas publicadas na Alemanha. Segundo Óscar Lopes "os seus livros são uma só odisseia interior de uma demanda infindável da pátria, do lar, dos céus a que uma experiência vivida só responde com uma multiplicidade de mundos que tanto atraem como repelem e que todos entre si se repelem".
www.wook.pt 


O mundo em que vivi


Este romance conduz-nos num crescendo de emoção desde a primeira infância rural de uma judia na Alemanha, pelos finais da Primeira Guerra Mundial, até ao avolumar de crises que a levam até ao exílio mesmo na iminência de um destino trágico num campo de concentração. A ação é desfiada numa sucessão de frases biográficas progressivamente dramáticas - e nós acabamos por participar afetivamente de um destino ao mesmo tempo muito singular e muito típico, que bem nos poderia ter cabido. Um romance de características únicas na literatura portuguesa – e emocionalmente certeiro.

Óscar Lopes, novembro de 1989

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